Friday, April 04, 2008

Nelson Rodrigues tinha razão


Já dizia Nelson Rodrigues que "toda unanimidade é burra" e eu concordo plenamente com ele. Aliás, na minha opinião essa frase é a única "unanimidade inteligente".

Começar um post assim é esquisito, mas há dias eu já vinha com vontade de falar sobre isso. Aí, passeando pelo mundo dos blogs, do de cara com esse título "As 10 piores 'Unanimidades' da Música Brasileira"
(http://www.interney.net/blogs/gravataimerengue/2008/04/02/as_10_piores_unanimidades_da_musica_bras/ ) - que eu não vou citar aqui porque não vou estragar o serviço de ninguém e se você quiser saber quais são, clica no link ali de cima e confira.

Eu, de minha parte, me sinto bem incomodada com algumas dessas unanimidades. Não que as pessoas em questão sejam ruins. Muito pelo contrário, acho até que alguns (como os Beatles) são muito bons. Não tiro mérito nem o crédito de ninguém, mesmo porque não sou especialista para julgar o serviço dos outros. Mas nunca entendi a obrigação de gostar de Legião Urbana, Beatles, U2 e Björk. Eu até gosto de algumas coisas de cada um deles (tirando a Björk porque dessa, até hoje, não consegui gostar de nada). Mas não acho que tudo seja maravilhoso.


Legião Urbana, por exemplo, se eu me esforçar bastante, consigo contar nos dedos umas 08 músicas que eu simpatize. Mas, simplesmente, não vejo e nunca vi Renato Russo como o cara que "salvou" o rock nacional, nem como o supra sumo da classe musical. Era um cara muito inteligente, culto e que fez coisas boas. Mas, daí a execrar qualquer um que se atreva a dizer um "eu odeio Legião Urbana" é demais. Nunca me senti tão feliz como quando uma colega de trabalho disse: "Credo, eu odeio Legião Urbana". Nesse ponto, tenho que dar vivas ao Orkut que permite que pessoas assim se encontrem porque eu já vi por lá uma comunidade de "odiadores de legião urbana" (da qual eu não faço parte, diga-se de passagem).


Beatles: Eu reconheço o valor dos caras. Reconheço também que eles eram muito bons e que o rock nunca mais foi mesmo depois deles. Mas ter obrigação de gostar de tudo o que eles fizeram, para mim é incompreensível. De Beatles é possível encontrar bastante coisas que eu goste (ainda que eu ache que eles têm algumas músicas bem chatinhas). O que me irrita é a cara das pessoas quando alguém tem a coragem de dizer "eu não gosto de Beatles", como se isso fosse um pecado capital. Ué?! Não gosta, não gosta! É um direito da pessoa e gosto não se discute!


U2: ok. Eu sei que os caras estão aí há milhões de anos. Mas eu, simplesmente, não gosto de tudo. E, sinceramente, acredito que tem umas músicas que até eles gostariam de esquecer que fizeram. Além disso, odeio gente falastrona e bicuda e essa "mania" do Bono de querer salvar o mundo me irrita. Não sei se é o "vício" de desconfiar das boas intenções das pessoas "pós-trabalho em ONG", mas tendo a acreditar bem pouco em "bondade" de celeb que quer salvar o mundo.


Björk: Essa não tem nem o que falar. Odeio mesmo. Acho chatíssima. Ainda bem que encontrei um primo que também não gosta (esse foi mais longe que eu e enfrentou um show, para ver se não estava de implicância com a pobre. Não adiantou nada. Acabou dormindo no meio do show.) Quando descobrimos que tínhamos mais isso em comum, foi um alívio pois ambos já achávamos que era "desvio de caráter". Bem, pode ser defeito de fábrica, né? Preciso fazer uma pesquisa na família para ver se alguém gosta, porque pode ser genética essa coisa de "não gostar da Björk".


Por último, mas não menos irritante, é: por que toda banda de cover, dessas que tocam em barzinhos, toca Mr. Jones, do Counting Crows e por que quase todo Dj de "boate comercial" também toca essa música no meio da noite? Por que as pessoas começam a cantar e a pular feito um bando de bobos? Eu sempre achei chatíssima, desde que foi lançada.


E só para esclarecer, antes que alguém me saia com um "você acha absurdo alguém não gostar de Smiths". Não, não! Eu acho um absurdo alguém não conhecer Smiths. Não gostar, lá é problema de cada um. Desde que não queira me provar que eu deveria parar de ouvir...


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