Sunday, April 20, 2008

Eric Clapton - A Autobiografia


Lançada no Brasil pela Editora Planeta, a Autobiografia "dO" guitarrista Eric Clapton vem dando o que falar. Não porque conte algum tipo de escândalo escabroso daquele tipo que as pessoas acreditam fazer parte da vida de qualquer "rock star". Na verdade, na minha opinião, o melhor da biografia é a sinceridade com que ele abordou as drogas, o álcool, os problemas familiares e a morte de seu filho.
Em nenhum momento, Eric pareceu ter o objetivo de intimidar qualquer um dizendo-se o melhor. Muito pelo contrário. Ele admite todas e cada uma de suas fraquezas e imperfeições. Admite inclusive que durante algum tempo o famoso "Clapton é Deus" subiu sim à sua cabeça.
Eu confesso que nunca fui fã de carteirinha. Gosto de algumas músicas dele, mas não tenho nenhm CD, por exemplo. Ainda assim reconheço o valor do cara para a música. Mesmo assim tive curiosidade imediata para ler o livro. E confesso que o que me levou a isso foi mesmo curiosidade mórbida. Eu queria ler a história de Conor (o garotinho que caiu 49 andares direto para a morte) e, talvez, muito mais porque "Tears in Heaven" (a música escrita em sua homenagem) fez parte da trilha sonora daquele que é um dos meus filmes preferidos (Rush, uma Viagem ao Inferno).
De qualquer maneira, esse é o tipo de leitura que vale a pena ainda que, como eu, você não seja grande fã do cara. No mínimo você vai ficar sabendo de alguma história interessante sobre personagens famosos do mundo da música e, até, do cinema (para mim, a passagem com Sean Connery é impagável.
Minhas únicas ressalvas ficam para dois pontos. O primeiro é que como guitarrista que é, ele muitas vezes descreve guitarras e técnicas como se estivesse falando para alguém que entende do assunto e para leigos como eu, fica um pouco complexo. O segundo fica por conta do final que eu achei meio "meloso" demais, quando ele começa a falar sobre a vida atualmente e como ela está "maravilhosa" e "cheia de amor".
Mas nem isso estraga o livro que, aliás, me fez ter vontade de conhecer mais de sua música. De repente, ele que já teve tantos vícios confessos (seja em drogas lícitas, ilícitas ou manias) tenha despertado mais um em mim. Quem garante que daqui a alguns meses eu não serei absolutamente viciada em Eric Clapton? Eu não garanto nada, até porque se me conheço bem, sei que sou imprevisível (e viciada em ingleses "musicais").

Friday, April 11, 2008

Drops

Hoje não tem post sobre nada muito complexo porque não tive tempo de preparar nada. Então, só alguns "drops"

* The Odd Couple - Gnarls Barkley
Saiu o novo CD da dupla que "abalou" o mundo com Crazy e, como eu tenho que dar opinião sobre tudo... Ainda não ouvi inteiro, mas gostei do que ouvi. E pelo que pude "apurar" aqui e ali, ainda que não haja uma nova "Crazy", o CD tem potencial e alguns que dizem ser este o álbum mais inspirado do ano, até agora. Eu, das que ouvi até agora, gostei muitíssimo de "Who's Gonna Save my Soul" e "Run".

* Duffy: Esse é o nome, ou melhor o sobrenome, da galesa que vem sendo considerada a Amy Winehouse "clean". Aliás, como as comparações entre as duas são constantes, ela preferiu ser chamada de Duffy, justamente para evitar confusões com sua colega "black" já que seu nome é Aimee Duffy e o estilo das duas é bem parecido No Brasil, seu primeiro CD "Rockeferry", chega só em maio. Mas, em tempos de internet isso não problema para niguém. É só dar uma chegadinha ao Youtube ou Myspace e conferir. Eu li em algum lugar, que ela canta a melhor música sobre fim de relacionamentos de todos os tempos (Warwick Avenue - que conta a história de um casal que se encontra pela última vez numa estação de trens e sabe que o fim está próximo...). Vale muito a pena conferir.

* E por falar em Amy Winehouse... ela está gravando a música tema do novo filme do James Bond, "Quantum of Solace", que estréia em outubro. Pensando bem, a voz dela combina com aquelas músicas do 007. Não sei onde e não sei porque, até porque não sou fã de James Bond, mas eu acho que combina...

* E Pete Doherty foi para a cadeia por descumprir as regras da condicional. Dizem que foi porque faltou a uma reunião e chegou atrasado a outra, mas em se tratando de PD, tudo pode ser possível, não? Era bom que tirasse os 3 meses e meio que deve ficar lá para pensar, mas pelas notícias que chegam todos os dias sobre as peripécias do "marido da Amy Winehouse" que está amargando xilindró desde novembro, isso vai ser meio difícil, não?

Friday, April 04, 2008

Nelson Rodrigues tinha razão


Já dizia Nelson Rodrigues que "toda unanimidade é burra" e eu concordo plenamente com ele. Aliás, na minha opinião essa frase é a única "unanimidade inteligente".

Começar um post assim é esquisito, mas há dias eu já vinha com vontade de falar sobre isso. Aí, passeando pelo mundo dos blogs, do de cara com esse título "As 10 piores 'Unanimidades' da Música Brasileira"
(http://www.interney.net/blogs/gravataimerengue/2008/04/02/as_10_piores_unanimidades_da_musica_bras/ ) - que eu não vou citar aqui porque não vou estragar o serviço de ninguém e se você quiser saber quais são, clica no link ali de cima e confira.

Eu, de minha parte, me sinto bem incomodada com algumas dessas unanimidades. Não que as pessoas em questão sejam ruins. Muito pelo contrário, acho até que alguns (como os Beatles) são muito bons. Não tiro mérito nem o crédito de ninguém, mesmo porque não sou especialista para julgar o serviço dos outros. Mas nunca entendi a obrigação de gostar de Legião Urbana, Beatles, U2 e Björk. Eu até gosto de algumas coisas de cada um deles (tirando a Björk porque dessa, até hoje, não consegui gostar de nada). Mas não acho que tudo seja maravilhoso.


Legião Urbana, por exemplo, se eu me esforçar bastante, consigo contar nos dedos umas 08 músicas que eu simpatize. Mas, simplesmente, não vejo e nunca vi Renato Russo como o cara que "salvou" o rock nacional, nem como o supra sumo da classe musical. Era um cara muito inteligente, culto e que fez coisas boas. Mas, daí a execrar qualquer um que se atreva a dizer um "eu odeio Legião Urbana" é demais. Nunca me senti tão feliz como quando uma colega de trabalho disse: "Credo, eu odeio Legião Urbana". Nesse ponto, tenho que dar vivas ao Orkut que permite que pessoas assim se encontrem porque eu já vi por lá uma comunidade de "odiadores de legião urbana" (da qual eu não faço parte, diga-se de passagem).


Beatles: Eu reconheço o valor dos caras. Reconheço também que eles eram muito bons e que o rock nunca mais foi mesmo depois deles. Mas ter obrigação de gostar de tudo o que eles fizeram, para mim é incompreensível. De Beatles é possível encontrar bastante coisas que eu goste (ainda que eu ache que eles têm algumas músicas bem chatinhas). O que me irrita é a cara das pessoas quando alguém tem a coragem de dizer "eu não gosto de Beatles", como se isso fosse um pecado capital. Ué?! Não gosta, não gosta! É um direito da pessoa e gosto não se discute!


U2: ok. Eu sei que os caras estão aí há milhões de anos. Mas eu, simplesmente, não gosto de tudo. E, sinceramente, acredito que tem umas músicas que até eles gostariam de esquecer que fizeram. Além disso, odeio gente falastrona e bicuda e essa "mania" do Bono de querer salvar o mundo me irrita. Não sei se é o "vício" de desconfiar das boas intenções das pessoas "pós-trabalho em ONG", mas tendo a acreditar bem pouco em "bondade" de celeb que quer salvar o mundo.


Björk: Essa não tem nem o que falar. Odeio mesmo. Acho chatíssima. Ainda bem que encontrei um primo que também não gosta (esse foi mais longe que eu e enfrentou um show, para ver se não estava de implicância com a pobre. Não adiantou nada. Acabou dormindo no meio do show.) Quando descobrimos que tínhamos mais isso em comum, foi um alívio pois ambos já achávamos que era "desvio de caráter". Bem, pode ser defeito de fábrica, né? Preciso fazer uma pesquisa na família para ver se alguém gosta, porque pode ser genética essa coisa de "não gostar da Björk".


Por último, mas não menos irritante, é: por que toda banda de cover, dessas que tocam em barzinhos, toca Mr. Jones, do Counting Crows e por que quase todo Dj de "boate comercial" também toca essa música no meio da noite? Por que as pessoas começam a cantar e a pular feito um bando de bobos? Eu sempre achei chatíssima, desde que foi lançada.


E só para esclarecer, antes que alguém me saia com um "você acha absurdo alguém não gostar de Smiths". Não, não! Eu acho um absurdo alguém não conhecer Smiths. Não gostar, lá é problema de cada um. Desde que não queira me provar que eu deveria parar de ouvir...