Monday, January 06, 2014

"Charlotte Street" ou... um "Alta Fidelidade" sem tanta graça

Comecei a ler "Charlotte Street - O Amor pelas Ruas de Londres", de Danny Wallace, como uma espécie de desafio. Uma aluna me disse que tinha comprado e nunca tinha conseguido passar do meio, que achava o livro meio enfadonho. Aí no último dia de aula antes das férias ela me emprestou. De cara o livro me "pegou", não pela qualidade literária irrepreensível, ou pelo enredo muito empolgante. Mas, porque falava de coisas e lugares que eu conhecia, por onde eu já tinha passado... Logo nesse comecinho também identifiquei o que tinha deixado o livro tão "chato" para minha aluna: eram referências a uma realidade adulta demais para alguém de 15 anos. Ele cita bandas, lugares, situações muito diferentes daquelas vividas por alguém dessa idade. Achei o livro bem fácil de ler e até um tanto quanto divertido. Mas, confesso que a cada página que eu virava ficava mais difícil não comparar com "Alta Fidelidade", de Nick Hornby e, de longe um dos meus livros favoritos de todos os tempos. Estão lá o aborto, a traição pós aborto, a loja de discos que agora é uma loja de videogames que pertence a um amigo e não ao personagem principal, o amigo maluco (que agora é o dono da loja), as referências musicais, a "busca pelo entendimento do que deu errado" na vida e no romance do personagem central. Mas, falta alguma coisa. Não sei o que é, mas falta. Ou talvez nem seja o que falta, mas o que tem demais... semelhanças demais sem a mesma qualidade. Já existe um "Alta Fidelidade", não há necessidade de outro. Se eu gostei do livro? Sim, gostei. Mas, obviamente, prefiro o original!